1° Seminário Quilombola acontece em Casimiro com o apoio do Poder Público

Sábado, 28 de outubro, ficará marcado na história de Casimiro de Abreu como o dia em que representantes quilombolas de todo estado do Rio de Janeiro tiveram voz e vez. Sediado no Cine Teatro Meus Oito Anos e com toda estrutura cedida pela administração municipal, através da Fundação Cultural Casimiro de Abreu, o evento recebeu representantes quilombolas de Búzios, Cabo Frio, da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB e de professores, especialistas na área e historiadores.

Na mesa de abertura do evento, a professora e historiadora Lara Gidalti, que teve seu Mestrado baseado em estudos sobre o quilombo da serra casimirense, da professora e historiadora Renata Lira, destacou a importância das escolas abordarem o assunto com os alunos.

“Acompanho o trabalho da Renata Lira há muito tempo e sempre faço questão, nas minhas práticas docentes, de destacar a pesquisa dela no livro ‘Quilombo Serra do Mar’. Experiências afro-brasileiras de resistência sempre foram muito distantes de nós, casimirenses, até a chegada desta pesquisa. Falo por mim, enquanto aluna. Não tínhamos acesso a essa informação. Mas saber que Casimiro é uma comunidade identitária, formada por negros que resistiram à escravidão e lutaram pela liberdade, é muito importante. Nossos alunos precisam saber do nosso processo de formação de população imigrante, dos povos originários e quilombola também”, ressaltou. “Espero que esse seja só o primeiro, dos muitos movimentos que venhamos a fazer aqui para a construção identitária da nossa sociedade”, concluiu.

Em sua fala, o representante da OAB, Humberto Adami, parabenizou o poder público e as instituições representadas pelo evento. “Hoje temos mais de 6 mil comunidades quilombolas no país e eles devem ser representados no Estado Brasileiro”.

A representante do Quilombo Serra do Mar, Sônia Silva, agradeceu à Fundação Cultural pelo apoio na realização do evento e agradeceu a todos que estavam presentes. “Que nós aprendamos a nos dar as mãos, porque se não tiver coletividade e união, nós não avançamos”.

A presidente da Fundação Cultural, Luciana Garcia, destacou que o Quilombo é a resistência da Cultura. Disse ainda que entende necessário ser feito um trabalho de resgate na educação e no dia a dia desse pertencimento a Casimiro de Abreu. “O trabalho da Fundação tem sido este, de resgate e valorização dessa história”.

Após a exibição do curta-metragem ‘Quilombo’, de 2010, Renata Lira deu uma pequena palestra sobre a escravização no Estado do Rio de Janeiro, a partir de mapas que mostravam a densidade demográfica à época. “Precisamos entender para nos posicionarmos”, disse.

À tarde, a exibição do documentário Visões do paraíso, da cineasta Cristiana Miranda, deu um panorama da constituição da população na região, desde os povos originários até a imigração de colonos suíços nas terras da serra casimirense.

Estiveram presentes ao evento o prefeito municipal Ramon Gildate, que ressaltou o seu comprometimento com a Cultura do município, a presidente da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Estado do Rio de Janeiro, Bia Nunes, os representantes do Quilombo Raça e Classe, Maristela Farias e Júlio Condaque, a presidente da OAB de Casimiro de Abreu, Alessandra Batista, o diretor do Centro de Documentação e Pesquisa da OAB – RJ, Aderson Bussinger.

O show da banda Flor de Aruanda encerrou o evento.

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